segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ibarê Dantas: um historiador de ofício e os sentidos do passado

http://www.ihgse.org.br/images/presidentes/Jos%C3%A9%20Ibar%C3%AA%20Costa%20Dantas%20-%20Gest%C3%A3o%202003-2010.jpg





(Imagem: Ibarê Dantas, IGHSE)



José Vieira da Cruz[1]

A posição da sociedade diante do passado ajuda a compreender como ele é interpretado e apropriado em cada época e lugar.   Os historiadores, seja por dever de ofício, seja pela própria especificidade do seu campo de conhecimento, ao buscarem interpretar o passado percebem-no como “um componente inevitável das instituições, valores e outros padrões da sociedade humana”[2]. Desta forma, os historiadores de ofício, ou seja, aqueles com formação acadêmica e exercício profissional voltados para essa área de conhecimento, além de descreverem os acontecimentos do passado, procuram analisar os seus sentidos.


sábado, 16 de junho de 2012

Entre a história e a memória da ditadura civil-militar: drogas, polícia e (pre)conceito

DOUGLAS, Rafael. As botas que esmagam. Aracaju/SE, Abril de 2012












 (Imagem: DOUGLAS, Rafael. As botas que esmagam. Aracaju/SE, abril de 2012.) 




José Vieira da Cruz*

A crise por atenção provocada por uma conhecida “diva” do Rock ocupou a mídia, as redes sociais, parte da sociedade e, até mesmo, atenções do governo do Estado de Sergipe. Esse episódio de que tanto se falou nos últimos dias, apropriado por diversos ângulos e interesses, parece revelar mais que um simples ato de destempero ou de defesa da honra de alguém. Em minha interpretação, ele suscita (pre)conceitos acerca da ditadura civil-militar que persistem em nossa sociedade. Nota-se que, em rompantes como o ocorrido no referido show de Rock, esses (pre)conceitos afloram através de ressentimentos e contradições presentes no campo da memória, mas que a História ainda tem dificuldades em mediatizar.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Repressão, estudantes vigiados e os arquivos da ditadura em Sergipe



Douglas, Rafael. Aracaju/SE, abril de 2012
                                                                                (Imagem: DOUGLAS, Rafael. As grades. Aracaju/Se, abril de 2012)




José Vieira da Cruz*
A descoberta de arquivos relacionados ao período da ditadura civil-militar, ocorrida entre 1964 e 1985, tem gerado na sociedade o desejo de conhecer de modo mais aprofundado esse passado e seus significados. Por isso, o interesse para que eles sejam abertos tem ocupado a agenda de debates e mobilizações da sociedade, como dos sindicatos, entidades estudantis, OAB, igrejas, pesquisadores, juventudes, partidos políticos de diferentes posições ideológicas, entre vários outros segmentos. Preocupar-se com essa discussão requer que essa demanda, abertura dos arquivos, seja pautada pela universalidade do acesso, sem restrições, dos acervos documentais a todos os cidadãos. Perspectiva política e acadêmica que permitirá a ampliação tanto do horizonte de conhecimento como da teia de significados que envolve esse campo de interesse. Ao menos, é isso que se espera com a aplicação da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, que regula o acesso a informações, e da Lei 12.528, de 18 de novembro de 2011, que cria a Comissão Nacional da Verdade.