quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A História (inter)rompida da UEES



José Vieira da Cruz
(Historiador e professor da UFAL)

DOUGLAS, Rafael. Diz. 2012
As discussões sobre os 50 anos do Golpe civil-militar, ocorridas no curso deste ano, estão ocupando a agenda de muitos fóruns acadêmicos, repercutindo no mercado editorial (com a publicação de livros, coletâneas e revistas) e nas redes sociais (com postagens de notícias, filmes, documentos, charges, entre outros). A dimensão atribuída a essa repercussão, em parte, está associada aos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e de suas congêneres nos estados.
Mas, como é de conhecimento público, as ações dessas comissões centram-se apenas no estudo dos casos de violação de direitos humanos – deixando de lado outras formas de transgressões de direitos – ocorridos entre o período de vigência da Constituição de 1946, aprovada após o fim da ditadura do Estado Novo (1937-1946), e a aprovação da Constituição de 1988, incluindo o período da ditadura Civil-militar (1964-1985) e o período de transição democrática que antecede a aprovação da referida Carta Constitucional.  
Entre os direitos violados e não estudados pelas referidas comissões estão os casos de intervenção e de fechamento, por parte dessas ditaduras, de entidades da sociedade civil: partidos, sindicatos, associações, ligas camponesas, companhias de educação  (e de cultura popular) e entidades estudantis.
Neste contexto, a União Estadual dos Estudantes de Sergipe (UEES), fundada inicialmente como o nome de União dos Estudantes de Sergipe (UES), nos primeiros anos da década de 1950, congregou, até fevereiro de 1967, os estudantes universitários no estado, no período que antecede a criação da “Fundação Universidade Federal de Sergipe  (FUFS)”.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A peça "Dias Felizes" o Teatro da Cultura Artística de Sergipe


 José Vieira da Cruz



No Brasil, a segunda metade do século XX foi fértil na organização de “sociedades culturais” com o intuito de apoiar apresentações artísticas ligadas à música clássica e ao teatro. Essas instituições, impulsionadas pela contribuição de seus sócios, patrocinadores e/ ou pela obtenção de alguns investimentos públicos, viabilizaram uma série de apresentações de artistas e companhias culturais nacionais, e mesmo internacionais como o Realk Ballet da dinamarca, Ballet Bolshoi, Ballet del teatro Colon de Buenos Aires, do Bollet da Ópera de Paris, do violinista Ruggiero Reci, da Ópera Rigolleto, entre inúmeros outros[5].

Sem Comissão da Verdade



José Vieira da Cruz
(Historiador e Professor da UFAL)

As discussões a respeito do período da Ditadura Civil-militar fazem parte de um passado ainda muito próximo. No Nordeste, em particular Sergipe, as experiências (de resistência) e o jogo de interesses deflagrados frente à “nova ordem política” imposta, a partir de março de 1964, foram diversos, contraditórios e, em parte dos casos, traumáticos. Em Sergipe, esses interesses e contradições revelam significados a respeito de como a sociedade tem dificuldade em lidar com esse passado, a ponto de ser um dos poucos estados do país a não possuir uma comissão (estadual da) verdade.