José Vieira da Cruz
(Historiador e
professor da UFAL)
DOUGLAS, Rafael. Diz. 2012 |
As
discussões sobre os 50 anos do Golpe civil-militar, ocorridas no curso deste
ano, estão ocupando a agenda de muitos fóruns acadêmicos, repercutindo no mercado
editorial (com a publicação de livros, coletâneas e revistas) e nas redes
sociais (com postagens de notícias, filmes, documentos, charges, entre outros).
A dimensão atribuída a essa repercussão, em parte, está associada aos trabalhos
da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e de suas congêneres nos estados.
Mas,
como é de conhecimento público, as ações dessas comissões centram-se apenas no
estudo dos casos de violação de direitos humanos – deixando de lado outras formas
de transgressões de direitos – ocorridos entre o período de vigência da
Constituição de 1946, aprovada após o fim da ditadura do Estado Novo
(1937-1946), e a aprovação da Constituição de 1988, incluindo o período da ditadura
Civil-militar (1964-1985) e o período de transição democrática que antecede a
aprovação da referida Carta Constitucional.
Entre
os direitos violados e não estudados pelas referidas comissões estão os casos de
intervenção e de fechamento, por parte dessas ditaduras, de entidades da
sociedade civil: partidos, sindicatos, associações, ligas camponesas,
companhias de educação (e de cultura
popular) e entidades estudantis.
Neste
contexto, a União Estadual dos Estudantes de Sergipe (UEES), fundada
inicialmente como o nome de União dos Estudantes de Sergipe (UES), nos
primeiros anos da década de 1950, congregou, até fevereiro de 1967, os
estudantes universitários no estado, no período que antecede a criação da “Fundação
Universidade Federal de Sergipe (FUFS)”.